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Wednesday, April 13, 2005

CASA DA MÚSICA, paga em tons de "ouro"!


«o mais atraente projecto que o arquitecto Rem Koolhaas alguma vez criou».
É desta forma que o diário norte americano "NEW YORK TIMES" descreve a mais "recente" coqueluxe da cultura portuguesa!
Publicado no domingo, este diário fala da CASA DA MUSICA, como um espaço de «elegância formal»!
E até que não são más as palavras, riquintadas que lançaram a um empreendimento deste género; pois é que falamos de um edificio que demorou 6 anos a ser acabado (esperado inclusivé, para o PORTO 2001 CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA...) e que custou ao estado - leia-se, aos bolsos dos contribuientes - seis vezes mais do que o orçamentado!

Este novo «ex-libris» da cidade foi idealizado em 1998 como «obra emblemática» do Porto 2001 e na altura o seu custo foi estimado em 3,25 milhões de contos, mas para os mais "engénuos" politicamente, recorde-se que muitos foram os processos e outras tantas peripécias, entenda-se; Dificuldades geológicas inesperadas, 16 reclamações do empreiteiro, deficiente assistência técnica, atrasos no lançamento de concursos de subempreitadas, alterações do projecto arquitectónico e insuficientes especificações de elementos do projecto foram outras explicações dadas para as derrapagens temporais e financeiras da obra, pois e como tudo neste pais é expresso em valores que o cidadão comum não sabe que existem, colhem-se então os devidos 16,25 milhões de euros para liquidar a "reliquia". Tudo em conta!
Ao longo destes seis anos, as sociedades que geriram a obra (Porto 2001 e Casa da Música, SA) conheceram cinco presidentes e os seus accionistas (Estado e Câmara do Porto) outros quatro primeiros-ministros, seis ministros da Cultura, três presidentes de câmara e três vereadores da Cultura. Hilariante!
As relações entre os ditos "endinheirados" nem sempre foram amistosas, havendo mesmo problemas ao nível administrativo. Ninguém se entende, decididamente!
Enquanto isso, o zé-povinho, ignorante neste nosso pequeno pedaço de terra plantado a beira-mar, lá vai pagando os seus impostos, ou melhor pagando o dito monumento de que nada soube, de que nada sabe ou poderá vir a saber!
Para que não chegasse todo este embróglio, o pacote vem ainda com um "laçarote" onde se lê "problemas urbanisticos", pois a Câmara do Porto licenciou a construção de um prédio nas suas traseiras que corta a visibilidade para o mar a quem estiver no Grande Auditório. LINDO!
Aquietem-se, pois o lado bom da coisa é que é já amanhã a inauguração. Atrasada, sim nós sabemos! mas também, se assim não fosse não teria piada nenhuma!
Façam favor de se sentarem, abram-se as cortinas, pois vai-se exibir a obra.
/rbn/
|| rbn´s blogue, 9:41 PM

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