"Foi no início da
década de 90 que Portugal começou a despertar para o fenómeno
neonazi, embora só a partir de 1995 o grande público tenha tomado verdadeira consciência da existência de grupos de "
capeças rapadas" (skinheads) a actuar no país.
Em 1989, José de Carvalho, dirigente do PSR (Partido Socialista Revolucionário) foi morto na Rua da Palma (Lisboa), alegadamente por elementos de extrema-direita. Na noite de 10 de Junho desse ano, o cabo-verdiano Alcino Monteiro foi violentamente agredido no Bairro Alto, em Lisboa, por um grupo de elementos alegadamente ligados aos neonazis, acabando por morrer. Onze pessoas foram acusadas da sua morte e condenadas a penas de prisão.
Em Junho de 2003, os "cabeças rapadas" voltam a ser notícia, desta vez, por causa de uma morte por encomenda. Em Cortiçada, o cabo-verdiano Fernando Justo foi morto com duas balas disparadas de um revólver de calibre .22, a mando de um engenheiro informático, que havia pertencido ao MAN (Movimento de Acção Nacional). No decorrer das investigações, foram detidas várias pessoas e apreendido diverso armamento. Mais recentemente, em Junho do ano passado, a GNR efectuou aprrendeu publicações e armas durante uma reunião de nacionalistas europeus e portugueses realizada em Loures, e vários indivíduos foram identificados.
O fenómeno está a ser acompanhado de perto por todas as forças policiais e pelos serviços de informações. Várias pessoas estão identificadas como pertencendo a grupos neonazis (algumas das quais estão infiltradas em claques de futebol), bem como os locais onde habitualmente costumam reunir-se."
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