Porventura o título deste novo artigo do Feedback já não será novidade para ninguém, e até para os mais insensíveis constituirá um desinteresse. Mas desengane-se quem pense que vamos voltar a falar em mortes e em números (como se isso realmente representasse as pessoas ou contabilizasse as perdas de afecto).
Hoje a notícia vai para a ajuda humanitária.
Mesmo sem relatórios, sem sequer avaliações ou qualquer outra análise, sabemos que o processo de reconstrução para os países afectados pelo Tsunami irá ser complexo e em casos de grave destruição (sendo que todos os casos podem ser considerados como de grave destruição)tal pode demorar até décadas.
Contudo, para aquele povo, até agora apenas tido em foque pela comunicação social como um
número de vítimas, recomeçar a vida de novo, muito para além de voltar a construir os bens materiais, mas antes voltar a construir a paz dentro deles, demorará certamente algum tempo também.
Menos polémica do que esta questão são os
números (uma vez mais os números) de ajuda financeira esperada por parte da comunidade internacional.
Segundo críticas por parte da ONU, ainda só foi disponibilizado um terço do prometido.
Não vou entrar em detalhes de números, contudo, embora os países afectados não sejam americanos e como tal não mereçam todo o espectáculo digno de vítimas como o merecido aqaundo do 11 de Setembro, decerto a ajuda humanitária (em números ou não) ser-lhes-á igualmente útil ou até mais preciosa.
Não esqueçamos que estes são países onde porventura será totlamente necessário reconstruir infra-estruturas desde a raíz, para alguns estes não será um recomeço, mas antes um começo de algo novo já que a ajuda oriunda da europa leva também uma gota do espírito europeu.
Todavia, o que importará de facto aos países que se comprometeram a ajudar(?): uma mera declaração na hora de tragédia como manda o protoclo, um compromisso de ajuda que fará boa impressão face aos restantes países, ou para os idealistas como eu prórpia me considero, um acto esperado contudo unicamente solidário.
A esta altura a minha ingenuidade deve chocar, mas confesso estar saturada da mesma lição que retiramos de notícias como esta, ou seja, uma vez mais o imperativo de eficiência económica em nada se compatibiliza com o da justiça (note-se que neste caso justiça prende-se intimamente com solidariedade).
Aqui fica o brilhante slogan do Banco Alimentar que considero muito se ajustar à situação -
Ajudar pode ser um bom negócio.
Mª Inês