Bébes portugueses são gordos
As actuais curvas de crescimento já não são actuais. Basta fazer a comparação das médias nacionais - a maioria das crianças encontra-se no" percentil 50" ( a medida usada na tabela) - com as tabelas europeias para se verificar "que as crianças estão na média no peso, mas são das mais baixas", nota o pediatra António Guerra. Isso significa "que estamos em primeiro lugar em massa corporal, ou seja, somos baixos e gordinhos".
"Para crescer na vertical, são necessárias muitas gerações, para engordar basta uma geração", salientou, acrescentando que "o orgulho nas crianças gordinhas é a contribuição para uma factura brutal para a saúde pública".
A única solução, para aquele pediatra, passa pela educação, formação e informação. "Os pais devem ser esclarecidos de que o crescimento não é uma curva perfeita, é quebrada e o importante é que se mantenha paralela a uma das curvas seja ela do percentil 5 ou 95 , sem oscilações, positivas ou negativas muito acentuadas", referiu António Guerra.
Ao longo do crescimento, existem picos. Durante o primeiro ano de vida, há um desenvolvimento muito grande, depois desacela, voltando a subir pelos cinco anos de idade. "Se a ascensão se dá aos quatro anos, isso pode ser um sinal de alarme", disse.
Por outro lado, "é importante combater a ansiedade dos pais, pois têm sempre um primo ou um vizinho que tem uma criança maior ou mais pesada. Os pais devem cumprir o que os médicos lhes aconselham e acompanhar as crianças sem fazer comparações", concluiu.
Notícia transcrita do JN (http://jn.sapo.pt/2005/02/11/
sociedade/somos_mais_baixos_e_gordinhos_europa.html)