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Thursday, February 03, 2005

Debate Santana-Sócrates (parte I)



Assistimos ao debate entre os dois candidatos mais fortes ao cargo de Primeiro Ministro. Da parte do feedback fica aqui uma tentativa de resumo, que espero imparcial, deste debate.

As duas primeiras questões dizem respeito ao tema dos boatos e à importância deste tema para a intenção de voto.Sócrates: atribui importância nula para este tema quanto à intenção de voto; aproveita estas questões para enfatizar os objectivos do programa de governo socialista.
Santana: atribui importância nula para este tema quanto à intenção de voto; refere que única importância da exposição da vida privada dos candidatos reside no facto de saber se existe coerência entre o que se pratica, e o que se exige; critica Sócrates afirmando que este foi "levado ao colo por cetos sectores".

A terceira pergunta refere-se à Economia, em particular à questão dos impostos.
Sócrates: não concorda nem com subida, nem com descida dos impostos; critica a atitude demagoga de Durão Barroso que se tinha comprometido com o abaixamento concentrado dos impostos.
Santana: justifica atitude de Durão Barroso com o legado económico deixado pelo anterior governo socialista de António Guterres; apresenta os factuais aumentos percentuais dos impostos IRC, IRS e IVA; compromete-se com o combate à evasão fiscal e com o abaixamento do IRC.

A quarta questão relaciona-se com o aumento das pensões.
Sócrates: defende introdução de pensões extraordinárias para aqueles cujo único rendimento seja a pensão; compromete-se com o combate à pobreza e especial atenção ao sector idoso.
Santana: apresenta os aumentos progressivos de 5% e 6% das pensões; refere importância que se deve atribuir às classes médias (as mais abundantes) e não somente ás muito pobres ou muito ricas; atenta para facto de que classes pobres não coinciem forçosamente com o sector idoso.

A quinta pergunta prende-se a Administração Pública, em particular com os aumento salariais.
Sócrates: compromete-se com redução da despesa e da burocracia da AP; considera que aumentos devem ser moderados; introduz modelo de ratio em que por cada dois reformados, é introduzido um licenciado.
Santana: compromete-se com aumento da produtividade que se irá traduzir num aumento do PIB, com a diminuição do peso da AP e com a poupança no funcionamento desta; apresenta factos de que anos 2003 e 2004 verificaram uma acentuada descida do nº de greves e em com criminalidade foi menor neste dois últimos anos desde os últimos 10 anos.

A sexta pergunta refere-se às Reformas.
Sócrates: considera as reformas antecipadas negativas.
Santana: náo coloca em causa os direitos adquiridos; defende reformas aos 75 anos com opção de escolha aos 35 anos de serviço.

A sétima questão diz respeito ao Desemprego.
Sócrates: compromete-se em investir no crescimento económico, na qualificação e no incentivo aos estágios.
Santana: compromete-se em garantir estágios a desempregados (qualificados ou não-qualificados até aos 25 anos).

A oitava e penúltima pergunta prende-se com a questão ambiental da co-incineração.Sócrates: é a favor da co-incineração como modo de tratamento dos resíduos tóxicos.
Santana: é contra este modelo; defende a proposta de aterro; refere o apoio de muitas instituições ambientalistas.

A nona e última questão relaciona-se com o referendo, e em particluar com o referendo do aborto.
Sócrates: defende a realização de um referendo sobre o aborto; considera que estes não são temas importantes para a agenda política do país dada a falta de preparação da população para os abordar.
Santana: defende a realização necessária deste e de outros referendos como o da eutanásia e do casamento entre indivíduos de sexo oposto; considera este tema importante dada a actualidade do mesmo.

Note-se que o discurso do dirigente socialista foi marcado pelo constante apelo a um "julgamento" por parte dos portugueses; por outro lado, o discurso do dirigente Santana Lopes evidenciou uma onstante fundamentação dos factos apresentados dado que o candidato considera estar a responder não somente pelos quatro meses de sua vigência mas pelo total dos três anos de governação social-democrata.
A intenção de voto fica assim marcado ora pela continuidade, ora pela mudança.
Uma última referência vai para a notícia avançada pelo canal televisivo SIC que lançou durante duas horas após o debate a questão-Quem ganhou o debate?- à qual responderam cerca de 34000 chamadas dando a vitória de 71% a Santana Lopes e 29% a José Sócrates.
Será este indicador um prenúncio?

Mª Inês
|| rbn´s blogue, 9:44 PM

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